Depoimentos

A opinião do público. Depoimentos colhidos durante as exibições do documentário “Memórias da EFA”

Data: 10 de Agosto de 2013
Local: Museu Ferroviário “Francisco Aureliano Araujo” – Araraquara-SP

“O documentário é impagável. Traz de volta a memória de todo trecho de Araraquara a Santa Fé e remonta mais ou menos como foi no passado. Num primeiro momento, a juventude precisa saber o que foi a EFA e sua parte histórica. Num segundo momento nós precisamos ter as ferrovias restauradas para que eles tenham um transporte de qualidade, que na minha opinião é o melhor meio de transporte do mundo. Eu acho que os trens de passageiros devem voltar e defendo que a ferrovia seja cada vez mais ampliada, com uma linha para carga e outra para passageiros. Eu sou totalmente contrário à retirada dos trilhos e digo mais, quem fala em retirar os trilhos está cometendo um grande equívoco.” – Marcelo Cristiano da Silva Siqueira, professor, 29 anos

“Achei o documentário maravilhoso. A gente percebe que toda a montagem que ele fez, as entrevistas eram para contar a memória da EFA mesmo. E por fim acabou mostrando a deterioração das estações, da situação da EFA. Mas foi fantástico e já sugeri ao Marcelo que ele parta para o terceiro filme. É importante o debate dos jovens porque a velha geração está praticamente desaparecendo e nós temos que trazer a juventude para brigar pela ferrovia. Não dá para imaginar um país continental como o Brasil sem ferrovias. O país está sofrendo com a quantidade de carros e veículos queimando petróleo, congestionando as cidades, pagando um frete altíssimo em relação ao que se pratica no exterior. O investimento em ferrovias tem que voltar. A ferrovia está no DNA de Araraquara, tenho certeza disso. Em 1885 chegou a Paulista, dez anos depois, teve início a EFA, então é difícil achar uma família na cidade que não tenha um parente que foi, ou ainda é, ferroviário. Temos a vantagem de ter a IESA para fabricar não apenas, locomotivas, como também metrô.” – Elias Chediek, vereador, 67 anos

Data: 11 de Agosto de 2013
Local: Praça das Bandeiras – Araraquara – SP

“Achei o documentário maravilhoso, fiquei emocionado. A história foi muito bem contada: venceram todos os obstáculos e chegaram onde queriam. É lamentável ver a ferrovia deteriorada. A gente sofre bastante. Eu que vivi grande parte disso, tenho certeza que foi um documentário que, acima de tudo, é uma lição para a região inteira por onde passou essa estrada. Não digo que os jovens tenham que discutir a questão do trem, mas é um estudo importantíssimo. Eles estão vivendo uma época totalmente diferente, mas enfrentando uma realidade que não devia ser a mesma. Eu vivi grande parte dessa ferrovia. Eu ia trem para Tiete, então descia em Rio Claro. Reaproveitar os trilhos para um trem urbano ou trem que ligue as cidades da região seria uma ideia maravilhosa. “ – Denizard Alves, 85 anos, aposentado

“Eu achei o documentário espetacular. É aquilo que eu sempre comento: as pessoas precisam de atitude. E foi a atitude deles em fazer um documentário totalmente voluntário, independente de reivindicação política, apenas com o intuito de mostrar a realidade da ferrovia, achei sensacional. Estão de parabéns. Fez a gente matar a saudade e se emocionar um pouquinho, porque eu vivi um pouco da história da ferrovia. Foi muito importante trazer esse documentário para a Praça das Bandeiras porque hoje o frequentador da praça tornou-se eclético, com pessoas de todos os segmentos e todas as idades. Só veio enriquecer. Saber um pouco mais da história e até para ver ao que levou. Enfim, ao que se consumiu a nossa ferrovia e quem sabe o pessoal toma um pouco de atitude e faz um aproveitamento melhor do dinheiro público em vez de cruzar os braços e não fazer nada para mudar. Não adianta você criticar, faça alguma coisa, sem violência, sem vandalismo. Sem sobra de dúvida sou a favor do reaproveitamento dos trilhos porque estão em bom estado de conservação e, querendo ou não a concessionária tem dado manutenção. Acho que o reaproveitamento para o transporte urbano e turístico seria o mais indicado.” – Edineusa Santos, 62 anos, Presidente da Ass. dos Amigos da Praça das Bandeiras

“Achei bastante interessante do ponto de vista de conseguir juntar num mesmo trabalho a realidade das estações. A gente não tem noção da dimensão e do abandono. Eu me lembro que, há alguns anos, o Sesc fez um projeto muito interessante que era o Saravá, do Mário de Andrade, com apresentações de espetáculos das várias áreas de dança, teatro. Originalmente os filmes eram apresentados nas estações estimulando que elas se transformassem em espaços culturais. E acreditávamos que isso iria acontecer e, em alguns casos até aconteceu. Nós apresentamos em Matão e olhar aquela estação abandonada é uma pena, dá uma aperto no coração. Se existissem condições dignas nos trens de passageiros eu com certeza ser um usuário de trens. Existem duas questões a serem discutidas. Tem o lado saudosista que é bacana. Por outro lado, vem a tecnologia e uma viagem à São Paulo seria muito longa. Mas com trens e ferrovias mais modernos, com certeza seria viável. Nós podemos tentar, através dos jovens, atualizar essa ideia de ferrovia. Ainda é muito importante para o transporte e também, para nós, seria uma ou uma das soluções possíveis, para esse caos em que vivemos, com essa frota de veículos congestionando o trânsito em todo lugar, causando inúmeras mortes em acidentes nas estradas. Acho que o trem tem muito a colaborar e talvez a juventude possa ajudar nisso. Não acho que seja necessário retirar os trilhos. Retirar os trens de carga sim. Acho que vamos gastar um dinheiro imenso nessa retirada, sem necessidade.” – Francisco de Carlo, 50 anos, ator e psicólogo

“Achei o documentário excelente. Bem filmado, com uma boa história e um bom conjunto de atores. O filme mostrou duas memórias. Uma memória afetiva entrevistando pessoas mais velhas que viveram isso ou filhos e parentes que viveram isso, mas também mostrou pessoas mais jovens que veem essa ruína. Falta saber o que fazer com essa ruína e quais são as possibilidades. O documentário cumpre a função de mostrar isso para o jovem. Gostei muito da câmera do Bonini. Das duas unidades ficou bem claro o estilo dos dois. Um ficou poético e o outro, narrativo. Gostei da sequência da Nix andando nos trilhos com o por do sol ao fundo. Gostei bastante dos dois e da sonoplastia. Tirar ou não tirar os trilhos? É uma questão muito complexa. Acho que deveriam ser feitos estudos sobre o assunto.” – Breno Rodrigues de Paula, 30 anos

“Achei o documentário muito bom. A montagem é muito boa. Gostei muito da Eleonora, sua mãe e sua filha. A sensibilidade, a simpatia, a naturalidade da conversação, da pesquisa que elas fizeram nessa rota da ferrovia foi muito boa. Eu achei muito interessante porque elas tocaram numa questão que muitos brasileiros pensam, porque o Brasil é um país enorme, com muitas partes planas. A geografia favorece a implantação de ferrovias e não vejo sentido no Brasil não ter uma linha ferroviária decente. Se os trens voltassem, eu viajaria, com certeza. Acho uma boa ideia apresentar esse filme em todas as escolas brasileiras e, juntos, professores de história e geografia, esclarecerem a importância do sistema ferroviário brasileiro.” – Caio Matos Batista, 26 anos

“O filme é um resgate de uma parte da história, não só de Araraquara, mas também de todo estado de São Paulo e acho que tem uma contribuição muito grande, não só do ponto de vista da ferrovia em si, como do ponto de vista do desenvolvimento econômico da cidade. Tem toda uma construção de famílias e uma recontagem de cenários. Trazer a discussão para os jovens é importante, sem dúvida. Eu morei fora do país por um tempo e sei que lá fora muita coisa é relacionada à ferrovia. A retirada dos trilhos é uma questão complicada e acho que tem que ser discutida com toda a sociedade e não ficar restrita ao interesse de poucas pessoas.” – Davi Marques Pastrelo, 33 anos

“O documentário vem discorrer sobre o presente, sobre o que acontece na ferrovia no Brasil e, em particular em Araraquara. A gente tem a questão da retirada dos trilhos do centro da cidade, mas eu sou a favor que se mantenha. O Marcelo Machado vem confirmar isso. Que o trem se mantenha, mas com transporte de qualidade, não apenas pela história que existiu, mas também pela história que virá. A ferrovia corta socialmente a cidade e isso não deve mudar. A retirada ou não dos trilhos deve ser mais discutida e o povo deve ser consultado. É preciso pensar em readequação de qualidade de vida, olhar para o futuro sem esquecer nosso passado.” – Bira Simões, 57 anos

“Eu assistindo o documentário levei muito para o lado pessoal. Eu me identifiquei muito com aquela família, porque a Eleonora estava grávida durante toda a filmagem e minha mãe grávida também viajou muito. Eu praticamente nasci dentro de um trem e foi assim até meus 6 ou 7 anos. Todas as viagens da minha infância foram de trem. Eu me identifiquei muito com a Nix porque ela conheceu as mesmas estações que eu, mas já com tudo acabado. Eu, quando criança, conheci tudo ativo. Eu chegava nas estações com meus pais e via tudo funcionando. Eu vi a parte boa e a ela a parte ruim. Eu sou jovem, e, poucas pessoas do meu convívio, tiveram o trem na em sua história. Eu tive esse privilégio porque meu pai trabalhou na Fepasa. Os trilhos do centro da cidade devem ser reaproveitados para, de repente, uma linha turística possa surgir. Quem sabe?” – Marília Teixeira, 28 anos

Data: 12 de Agosto de 2013
Local: Oficina Cultural Lélia Abramo – Araraquara – SP

“Achei maravilhoso. Vocês souberam apresentar muito bem o que são as nossas memórias e trazer à vida algo que estava apagado. Ver que realmente nós temos que buscar mais aquilo que faz o nosso presente e o que faz parte da nossa história. Gostei muito. O documentário cumpre o papel de trazer o jovem para esse debate. Ele mostra o que era e o que é atualmente a ferrovia. Agora, no presente os jovens devem procurar preservar as coisas para o futuro, para seus filhos, para a posteridade. Se os trilhos permanecerem na cidade e fizessem esse papel de viagens turísticas ou transporte de passageiros, seria maravilhoso.” – Inês Terezinha Marques da Silva, 57 anos

“Eu amei o documentário porque eu viajava nesse trem quando criança. Minha mãe nos levava porque meu era transferido do DER e mudava para todas essas cidades porque justamente o DER fazia estradas de rodagem na mesma área da ferrovia. Por isso, eu morei em várias das cidades mostradas no filme e todas as vezes que minha mãe ia procurar casa para morar, íamos de trem. Me trouxe muitas recordações e foi muito interessante. Se os trens voltassem eu com certeza viajaria novamente. Eu acho que os trilhos no centro da cidade não devem ser retirados, porque ali já foi gasto a energia de muitas pessoas e dinheiro do povo. Eu acho que a retirada será um transtorno financeiro para o governo.” – Ivanilde Miranda, 57 anos

“Eu fiz uma viagem para o meu passado. A minha vida inteira, minha infância foi viajando de trem fazendo esse trajeto de Araraquara /São Paulo. Os meus pais se conheceram em Santa Fé do Sul e vieram morar em Araraquara. É muito importante para o jovem discutir a ferrovia porque nós não podemos perder a nossa história. Acho que o documentário deve ser levado para as escolas públicas e particulares porque as crianças e a nova geração precisam ter consciência do que foi a história da ferrovia no Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Se os trens de passageiros voltassem eu seria adepta. Os trilhos devem ser reaproveitados e usados para passeios turísticos. Nós não podemos perder o que foi conquistado com tanta luta e trabalho. Não se pode acabar com a história da cidade.” – Elaine Dael Olio, 59 anos

“Maravilhoso, essa é uma história que eu queria fazer porque sempre vou à ferrovia para relembrar minha infância. Com nove anos de idade eu vinha de Limeira com minha mãe até Araraquara, de trem. E aquele relógio que tem fixado na estação até hoje, me traz muitas lembranças. A gente saía de Limeira às 12h30, chegava aqui às 17h45 da tarde e às 18 horas saía o último ônibus que nos levava para o Assentamento Bela Vista, onde eu moro. Então saíamos correndo até a praça do Carmo para não perder o ônibus. A estação ferroviária é onde eu relembro desde quando eu vim para cá ainda pequena. Pena que o espaço não está sendo bem aproveitado. Eu acho que não só relembrar a memória da EFA ali, mas poderia ter algum Centro Cultural que levasse o cidadão para aquele local que, na minha opinião, está muito parado. Acho importante trazer a discussão para os jovens porque eu mesma viajei muito de trem, eu tive esse prazer, mas quantos da minha idade tiveram? Os jovens tem que levar isso em consideração e apoiar a não retirada dos trilhos.” – Fabiana Francisca da Silva, 28 anos

“Achei o documentário importante, principalmente, por ter muitos jovens assistindo. É interessante que eles conheçam a história e saibam como foi. Eu tenho tios que foram ferroviários. Acho legal trazer filmes como esse na cidade, em mais escolas, até mesmo ensino médio e fundamental. A questão da retirada dos trilhos é muito polêmica mas eu sou a favor de mantê-los”. – Alessandra de Oliveira , 30 anos

Data: 14 de Agosto de 2013
Local: EE Bento de Abreu – Santa Lúcia – SP

“Eu gostei muito do documentário e me lembrei da minha infância, porque eu morava perto da estação e adorava ver o trem passar. Hoje em dia isso não existe mais. Não tive a oportunidade de viajar de trem, mas gostaria muito. Eu fiquei pensando no estado da estação daqui de Santa Lúcia que está muito degradada como algumas que a gente viu no filme. Acho que deveria ter mais preservação tanto da Prefeitura, quanto dos moradores. Quando eu era criança tinha aulas de pintura e de dança na estação. Eu cheguei a fazer aulas de dança lá e acho que deveria voltar”. – Natália Stauberli, 17 anos, estudante

“Eu achei o documentário muito interessante. Eu acho que o filme dialoga com o jovem porque apesar de viver perto da ferrovia ele não tem muito a noção de quanto à ferrovia significou para muita gente. E poderia vir a significar para o futuro do Brasil O documentário chama muito a atenção para isso. A forma como ele é narrado, como se fosse contando uma história, chama muito a atenção dos jovens e faz com que eles olhem para o passado e pense na ferrovia como algo importante para o futuro. A questão de exibir o filme numa escola para os alunos também foi interessante. Eu acho que como os trilhos são usados hoje não funcionam, porque os trens de carga só atrapalham. Agora, se fosse trens de passageiros, seria perfeito. Se existissem trens de passageiros eu viria de trem para o meu trabalho”. – Sérgio Aparecido Martins, 45 anos, professor

Data: 15 de Agosto de 2013
Local: Estação Cultura – Catanduva – SP

“Achei o filme muito bom. Parabéns ao diretor e a produção inteira, porque resgata bem a história e mostra o que está acontecendo com as corporações que estão tomando as linhas férreas. Hoje, o povo que mais precisa do trem, não tem. É importante trazer essa questão para os jovens porque é fundamental para que nossos filhos consigam ter um trem de novamente, assim como eu tive. Podia passear, ir para Santa Adélia, São José do Rio Preto de trem. Sou a favor da volta dos trens de passageiros porque estamos na contra mão do que seria um meio de transporte mais seguro e econômico. Um país de primeiro mundo tem trens e nós não.” – Angelo Caselato, 42 anos

“Achei o documentário riquíssimo. Mostrou muito da história da nossa ferrovia e espero que possamos voltar no tempo e recuperarmos as estradas de ferro. Mostrar para essa juventude que os trens podem ainda ser um excelente meio de transporte e ajudar no desenvolvimento da nossa sociedade. Precisamos divulgar esse debate nas escolas para crianças e jovens porque eles são o nosso futuro e quem sabe não conseguirão reverter essa situação? Foi um bom trabalho, um documentário muito bonito e bem realizado que a garotada vai gostar bastante.” – Gleison B. Rocha, 36 anos

“Achei um documentário muito instrutivo e produtivo, deveria, inclusive, ser exibido nas escolas. É muito importante que a questão da ferrovia chegue aos jovens porque eu acho que a juventude tem sede desse conhecimento, mas faltam pessoas que levem esse conhecimento até eles.” – Valter Rodrigues da Costa Jr, 62 anos

Data: 16 de Agosto de 2013
Local: Praça José Tibério Miskey – Araraquara – SP

“O documentário é interessante porque agora a moçada vai ter a oportunidade de ver, uma coisa que a gente tem na lembrança: o trem e todas as viagens que fazíamos. Conhecer toda a história que o trem conta e a juventude não teve acesso. Para nós é apenas lembrança e recordação. Mas, nota-se que as cabeças estão se abrindo e vendo a importância que tem o trem e fico feliz. Fico triste em ver o trem, tudo caindo porque o brasileiro não tem memória. O filme é uma oportunidade de mostrar ao jovem que isso fez parte de uma era, uma época, marcou principalmente a minha geração. Mas, está nas mãos dos jovens mudar a situação dos trens e das ferrovias. Sou totalmente contra a retirada dos trilhos. O trens de passageiros devem voltar, no mínimo até Bueno para as crianças poderem passear”.  – Maria José Garcez, 57 anos

“Muito bacana o documentário. O resgate de uma história que eu mesmo não conhecia, apesar de ser filho de ferroviário. E muitos não sabem. O Marcelo e toda a equipe estão de parabéns. As pessoas banalizam muito porque não sabem a importância do transporte ferroviário no Brasil. O transporte ferroviário mudou muito desde que surgiu em Araraquara. Hoje não existe mais trem de passageiros, apenas de carga pesada e com composições enormes, tornando-se até perigoso. Acho que se deve discutir mais sobre o assunto porque, se os trilhos forem retirados, eu só vejo especulação imobiliária tomando conta daquela área.” – Cassiano Ramos, 26 anos

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